quinta-feira, 16 de abril de 2009

Simplicidade

O grande mestre Luíz Gonzaga nos apresentou o baião... a simplicidade poética é uma pétala à parte na poesia maravilhosa florescência nordestina.

Desde pequeno via meu pai chorar por muitos motivos... sangue italiano é diretamente ligado ao canal lacrimal.

Uma das pouquíssimas músicas que conseguia ligar este canal como uma cachoeira era a Súplica Cearense. Um grande e forte exemplo da magistralidade deste cantor absolutamente singelo que ensinou o Brasil a amar a pureza.

Súplica Cearense Luíz Gonzaga Composição: Gordurinha e Nelinho

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado Que de joelhos rezou um bocado Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou E só por isso o sol arretirou Fazendo cair toda a chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho Pedir pra chover, mas chover de mansinho Pra ver se nascia uma planta no chão

Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, Eu acho que a culpa foi Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água E ter-lhe pedido cheinho de mágoa Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno Desculpe eu pedir para acabar com o inferno Que sempre queimou o meu Ceará

Eu acho que chorar, neste casos de poesia pura é realmente natural, será que não?

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