sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um sonho de Escola

Sonhei na noite de 4 para 5 de maio de 2010 com a Escola Louis Braille que tem o lema "Conheca-te a ti mesmo e conheçerás o mundo!". Uma escola que começou com um sonho é algo que já ouvimos falar muito e muitas vezes. O sonho traz muitos detalhes. Eu sentia o cheiro da tinta da pintura fresca da escola com um tinta anti-alérgica e de cores pasteis, mas, alegres. A casa onde a escola foi iniciada tem um quintal grande nos fundos com pés de jabuticaba, goiaba, pitanga, laranja, limão, mexerica e um caramanchão de maracujás. Uma horta muito bem cuidadinha pelas próprias crianças e dividida em canteiros com os nomes das turmas, cada um com seu patrono: Dorina (Nowil), Hellen (Keller), Therezinha (Silva Malta), Andrea (Bocelli), Galileu (Galilei), Jorge (Luis Borges), Stevie (Wonder). O pessoal que trabalha na escola é bem familiar. Na cozinha quem prepara os lanches, merendas, almoço (tanto dos funcionários quanto dos alunos em período integral) é a minha sogra D. Maria com a supervisão de minha amiga nutricionista Amanda Caroline. A maioria das verduras sai da própria horta da escola. Na secretaria trabalham a Eloá Carolina, minha sobrinha querida e o Maurinho, meu cunhado. Minha irmã linda é a contadora de histórias oficial da escola e vem duas vezes por semana especialmente para isto. Eu e o Júlio somos coordenadores pedagógicos e orientadores acompanhando as aulas e fazendo o impossível para minimizar as dificuldades dos alunos. Há alunos bolsistas e três deles são especiais para mim e para o Júlio. São nossos filhos que adotamos após uma tragédia. São irmãos, a menininha tem três anos e os meninos cinco e sete. Apesar de especiais são tratados exatamente como alunos que são e não há diferenciação a não ser nas horas particulares, claro. As crianças chegam às 7 e algumas ficam até às 12 e outras até às 17. O período da tarde é reservado para atividades como judô, capoeira, idiomas, vivência cultural (passeios). No horário de descanço "todos descançam", inclusive os funcionários. Somente os seguranças têm os horários diferenciados e escalonados. As atividades seguem programação embasada em interdisciplinaridade e convivência possibilitando integração entre as turmas e participação plena dos alunos, família e comunidade próxima. Todo o programa é discutido e implantado com base em discussões onde os professores expõe os objetivos e propõe atividades e esta assembléia discute, pospõe e aprova democraticamente. Toda a escola segue a linha pedagógica de criação de valores e busca prioritariamente a felicidade plena dos alunos visando a formação de cidadãos efetivamente integrados à sociedade e, exatamente por isto, possuidores de plenitude feliz. O que foi interessante no sonho é que no dia que penduramos a placa "MATRÍCULAS ABERTAS" em uma questão de horas esgotamos as vagas para as sete turmas de vinte alunos cada uma e houve uma lista de espera de aproximadamente noventa aspirantes. As aulas começaram na primeira semana de fevereiro e foram até a terceira semana de junho, reiniciaram na terceira semana de julho e foram até a segunda semana de dezembro. O primeiro ano foi um sucesso formidável e resolvemos fundar uma segunda unidade para fevereiro do ano seguinte em uma outra casa na mesma rua que possibilitou outras 9 salas e, mesmo assim houve uma lista de espera, nas duas unidades, de aproximadamente 200 aspirantes no total. Com um sonho como objetivo pode-se começar muita coisa boa.