quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nem sempre...

Nem sempre a gente está a fim... chegando ontem super cansado (cinco horas de ida e volta e quase dez horas de tabalho) encontro o pessoal em frente de casa no papo... havíamos combinado comer uma pizza, mas, como tinha visita... A grande complicação é que eu também estava morrendo de fome e muito preocupado com o Júlio que não anda muito bem... uma porcaria de gripe e não uma gripe suína, ainda bem. Sei que o homem acabou entrando pelas 22h30' e na base do Daimoku que eu orava intensamente para apaziguar nossa casa. As visitas foram primeiro de um amigo (que é meio apaixonado pelo Júlio) e a irmã dele que fuma como um ônibus desregulado. E em segundo a Liz, nossa vizinha, que após um molecagem inconsequente está "tentando" se fazer de boazinha. Nem sempre a gente é nobre o suficiente para relevar tudo a qualuquer momento em em qualquer situação. Preferi entrar, tirar o sapato, acender as velas e um incenso e começar a orar para "me" perdoar pela vontade de dizer tudo o que penso do que aconteceu, mas, a vida é deles... me apaziguei e o Mozão entrou, fizemos o Gongyo da noite, fiz salsicha em molho e fomos dormir... ando acordando pelas 4h30 para orar pelo sucesso do "3 de maio" e, também, pela minha paciência.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Impressão e trabalho

A impressão de serviços Braille é um trabalho à parte. A impressora que uso aqui na UNIP é super barulhenta, como quase todas. Vou para um laboratório, coloco protetores auriculares e liga a danada... Claro que o serviço sempre está atrasado, visto que, quando chega para a transcrição para o Braille já foi para os outros alunos... há que se transcrever, editar, revisar, imprimir, encadernar... vejam... isto leva mais tempo do que PRODUZIR em tinta e... quem precisa do serviço espera. Há uma máxima que diz: "Melhor pingar do que faltar", mas, muitas vezes chega a matéria depois que a prova já foi. Resta, caso a nota não tenha atingido o que se esperava, estudar para o exame. Está para chegar uma outra impressora. Mais recursos, mais rápida, com armário que diminui os ruídos e o grampeador acessório específico para o Braille. Veremos. Juro que conto como vai ficando.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Todo os dias...

Agora que estou pegando gosto... como na disciplina de Gadhi (ele fiava 100 jardas todos os dias infalivelmente) escrever todos os dias as coisas que me vem à cabeça ou acontecem vai se alguma coisa de interessante. O mais interessante é começar a gostar disto. Uma vez eu fiz um diário. Taquigrafava tudo o que me ocorria durante o dia. Era interessante largar o diário furtivamente em algum lugar para ver alguém pegá-lo... Na capa estava escrito "Diário do Canova" e gente curiosa é o que não falta. É claro que isto eu fazia nos lugares onde eu tinha certeza que NINGUÉM conhecia taquigrafia... as caras de surpresa quando abriam viam um montão de rabisquinhos e devolviam era muito interessante. Por que será que as pessoas não são sinceras o suficiente para perguntar o que tem vontade? O máximo que pode acontecer é ouvir algo que não estejam preparadas ou não queiram ouvir. Assim é no Blog, espero, nem sempre escreverei algo que gostem ou queiram ler. Vou escrever todos os dias.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sábado especial

Participamos neste sábado 25 da Reunião de Palestra da Regional Satélite. As reuniões budistas tem como tradição a Reunião de Palestra que, aqui no Brasil, são mensais.

Chegamos à Sede Regional lá pertinho do Terminal de São Mateus um pouco antes das 18 horas e descobrimos que a reunião iniciaria às 19... sentamo-nos e iniciamos as orações até o horário determinado.

O "povo" foi chegando e se acomodando e antes de iniciarmos a oração oficial nos avisaram de uma novidade muito interessante: recepcionaríamos os convidados com tapete vermelho e palmas. Toda a alegria seria pouco. Deveríamos simplesmente demonstrarmos nossa felicidade por praticarmos o Budismo Nitiren nesta calorosa recepção.

Assim fizemos e no momento do início da oração nosso responsável de Regional, Sr. Jorge, dedica a reunião ao Sr. Rubens Ferrari que havia falecido pela manhã. Com um sorriso nos lábios e um semblante feliz ele regeu a oração inicial e na primeira explanação o responsável, Sr. Nanau, explicou que nós, budistas, não nos desesperamos com a morte. Sentimos, mas, em homenagem a toda a dedicação do Sr. Rubens Ferrari em seus muitos anos de prática budistas nos sentíamos tranquilos e felizes por termos compartilhado tanto tempo ao seu lado.

Esplicou ainda que o "folclore" diz que os japoneses fazem festa quando alguém morre e choram quando alguém nasce e explicou que isto não é verdade. Na realidade somos detentores de uma tranquilidade perante o inevitável que assombra muitas pessoas que identificam morte com sofrimento e perda, e nós, entendemos morte como consequência da vida.

A missão de nosso companheiro foi cumprimda e foi por isso que estávamos tranquilos diante da notícia e compadecidos com a família.

Na sequência recebemos um poema de nosso Presidente Internacional que eu transcrevo abaixo para compartilhar com todos vocês que venham a ler este canal de valorização do ser humano:

Sejam Fortes!

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Sejam fortes!Sejam fortes!Sejam absolutamente fortes!

Ser forte é ser feliz, é ser vitorioso.

Aqueles que são fortes conseguem conduzir as pessoas

pelo valoroso curso da vida de paz, justiça e felicidade.

Ser fraco é ser derrotado.

É viver temeroso, sem forças

para reagir contra os abusos, os insultos e a violência.

Ser fraco é ser derrotado.

O fraco é destituído de boa sorte

e suas orações não tem resposta.

O que transforma a fraqueza numa grande força

é a prática da fé, o exercício budista

e a disposição de lutar com destemor.

O covarde é sempre um invejoso

que desdenha a felicidade dos outros

e critica as pessoas de bem.

É um perdedor na vida, ignóbil e vil,

sem convicção nem caráter.

Uma pessoa valente e justa não se importa com os covardes

e avança para o futuro, destemida como um leão.

Uma pessoa de coragem tem viva disposição

e sente prazer em sua atuação.

O covarde só vive batalhas perdidas,

está sempre triste, sombrio e não sorri.

Temor é inferno, coragem é alegria.

Jamais esqueçam que

somente a devoção na prática da fé,

sem poupar a própria vida,

é a fonte que os transforma em bravos guerreiros da vida,

que fortalece nas profundezas de seu ser o supremo estado de vida.

Com esse valente espírito

Coroemos nossa vida com justiça, coragem e vitória!

Daisaku Ikeda

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Madrugada

Acredito que a madrugada realmente foi feita para ser acompanhada.

Acordei às quatro e meia. Levantei e tomei banho. Fiz o meu Gongyo (oração budista da Soka Gakkai http://www.bsgi.org.br/) e saí de casa às cinco e meia.

Coloquei a digital no ponto eletrônico às oito em ponto. Algumas coisas acontecem durante duas horas e meia de percurso:

Ônibus vazio, juro que tinha umas oito pessoas com motorista e cobrador. Estação de trem muito mais vazia do que nos outros horários... tomei os remédios das seis dentro do trem, sem água mesmo, estava sentado e vendo o sol nascer em meio às núvens. A alvorada é realmente um espetáculo.

Tomei o meu café da manhã no chalé do Júnior (este não é o nome do local, mas, é como eu chamo) e peguei a ponte orca que mal tinha uma fila (perto das cinco ou seis de todos os dias).

Metro então... nem se fala... muito menos do que a metado do que o aglomerado de sempre... até lugares vagos na estação "PARAÍSO" que é um verdadeiro INFERNO pela manhã...

O outro ônibus quase vazio já que o horário já estava ficando normal.

Chego, falo bom dia para o pessoal com uma alegria um tiquinho acima do normal e já recebo uma oferta para comprar a casa de uma amiga aqui pertinho do serviço. Vou fazer uma simulação na Caixa Econômica Federal... quem sabe?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pensando bem...

Pensando bem... o presidente do Irã não está de todo errado... ele está é completa e absolutamente errado. Ninguém, nem ele e muito menos o sagrado profeta Mohamed (o Misericordioso) jamais pensaria como ele.

O que ele fez, pensando bem, foi reforçar o preconceito impetrado pelos EUA da era Bush aos muçulmanos. Nada melhor do que uma propaganda deliberadamente a favor do que todo o mundo é contra para acabar de finalizar o preconceito.

O Bush já havia conseguido infligir ao mundo que uns milhares de radiacais são a representação de um bilhão e duzentos milhões de muçulmanos que vivem e lutam pela paz em suas cinco orações diárias e não só a pregam, como fazem muitos, vivem-na diariamente com muitas provas de boa vizinhança e carinho a todos os povos. Afinal, não há melhor maneira de pregar (como dizia S. Francisco) do que de boca fechada!

Grande oportunidade perdida por ele de mantê-la assim e reforçar a clareza do silêncio.

Eu... no ônibus... lendo "Poesia Completa de Alberto Caeiro" me deparei com o seguinte:

"... Mas a minha tristeza é sossego

Porque é natural e justa

E é o que deve estar na alma

Quando já pensa que existe

E as mãos colhem flores sem ela dar por isso. ..."

Quem sabe se alguém lesse e vivesse...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quatro dias

Foram quatro dias de descançar carregando pedras...

No sábado à tarde chegamos, eu e Júlio, às 14:30 (ônibus e caminhada) e fomos os primeiro a chegar, depois de minha irmã, é claro, à festinha de minha mãe... todos os velhinhos da clínica sentadinhos e ansiosos pelos parabéns. Cumprimentamos todos e me sentei de frente à D. Odette e ela como sempre sorridente começou a contar uma história do "menininho"... parou... arregalou os olhos e disse enfaticamente: - Ai! Papai está me matando! Aí mudou de assunto e falou da noite quentinha (havia chovido a noite toda).

Chegou a Eloá com Gabriel e Lívia e cantamos os parabéns já que os amigos estavam esperando todos perfilados havia horas... Quando estávamos terminando o bolo chegaram a Bárbara e família.

O mais importante é que o pessoal não se esqueceu... desta vez.

Domingo em casa mandando brasa no serviço mais do que atrazado.

Segunda o Júlio foi trabalhar em seu último dia na livraria. (Até que enfim ele vai descançar de desmandos). E eu tentando acabar com o serviço.

Ontem, mandando brasa no serviço e minha irmã me chama para irmos, até que enfim, conhecer a casa de meu sobrinho Eduardo. Tomamos um lanche à tardinha e assistimos "O Som do Coração" para chorarmos com o final maravilhoso novamente.

Hoje de volta e a vida recomeça com toda a normalidade do mundo. Vamos em frente...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Aniversário

Ontem foi o 79º aniversário da minha mãe.

Como a clínica não fica aberta antes da 6 da manhã e nem depois da 22, além de, neste horário, ela já estar no 3º ou 4º sono... comemoramos eu, Júlio e Xó (minha irmã querida) comendo uma pizza em homengem a ela.

É dura a situação, mas, como ela nem imagina mais o tempo não faz idéia do que é aniversário, muito menos o seu... vai curtir, e muito feliz, a fetinha com bolo, refrigerantes, chapeuzinhos, bexigas e tudo o mais que é de direito no sábado à tardinha... aí será "o dia" para ela.

De festa ela se lembra... ri, como sempre, e faz todos que estão em volta rirem... brinca, canta, pula... realmente faz uma festa! Chama a Xó de mãe (ontem chamou de avó) e eu sou o "menininho" briguento e danado que só fica aprontando extrepolias o dia inteirinho em sua fantasia constante do Ausheimer e da Demência.

O mais interessante é que, as fotos que minha irmã os mostrou dela com a boneca... dela rindo e gesticulando... enfim, dela feliz e radiante... me inspiraram ainda mais!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Simplicidade

O grande mestre Luíz Gonzaga nos apresentou o baião... a simplicidade poética é uma pétala à parte na poesia maravilhosa florescência nordestina.

Desde pequeno via meu pai chorar por muitos motivos... sangue italiano é diretamente ligado ao canal lacrimal.

Uma das pouquíssimas músicas que conseguia ligar este canal como uma cachoeira era a Súplica Cearense. Um grande e forte exemplo da magistralidade deste cantor absolutamente singelo que ensinou o Brasil a amar a pureza.

Súplica Cearense Luíz Gonzaga Composição: Gordurinha e Nelinho

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado Que de joelhos rezou um bocado Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou E só por isso o sol arretirou Fazendo cair toda a chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho Pedir pra chover, mas chover de mansinho Pra ver se nascia uma planta no chão

Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, Eu acho que a culpa foi Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água E ter-lhe pedido cheinho de mágoa Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno Desculpe eu pedir para acabar com o inferno Que sempre queimou o meu Ceará

Eu acho que chorar, neste casos de poesia pura é realmente natural, será que não?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vontade...

É muita vontade de ir morar num sítio...

Temos um zoológico em nossa casa. Casal de labradores, papagaio, periquitos, canários e canárias, galinhas galizés, galinhas caipiras, hamster, peru, gato, fora os agregados (ratos que nos visitam pelo esgoto).

Tenho vontade de morar numa casinha pequena cercada de árvores frutíferas para degustar e fazer doces com as que forem demais para comermos e oferecer para os amigos e com um riachinho passando. Se tiver uma quedinha d'água então...

Cirar galinhas soltas e ter uma horta cercada. Ter umas cabras. Porcos. Claro que os cachorros soltos também.

Nem imagino ficar calçado... com muita roupa... aquecimento de água no fogão de lenha com canos passando pelo fogo...

Acho que a única coisa que eu realmente desejo assim... tipo da cidade mesmo é o banheiro. Este é o único tipo de conforto que se pode manter.

O melhor de tudo, sem dúvida, será receber os amigos nos finais de semana e cozinhar coisas gostosas para, depois do cuchilo nas redes, conversarmos e rirmos muito.

Será que seria demais uma vontade tão boa para compartilhar com todos que a gente gosta? Mesmo que com os nem gostam muito da gente e se fazem de "gostarem" só para dar uma passada no sítio e comer e descançar.

Acredito que aproximar as pessoas é o que se pode fazer de melhor na vida. Nem precisava de muita terra não... o mais importante, verdadeiramente, seria ter um pouquinho de espaço para estas coisas simples e uma vida atribulada mas... SEMPRE FELIZ E RADIANTE!