quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Histórias ou estórias...

Sei lá o que fazem com a nossa amada língua portuguesa... Há algum tempo havia diferença, mas... O que nem sei mais é o que fazer, já que, as histórias se confundem e acabam sendo meio verdades.. Um amigo muito saudoso "Binho" loirão lindo... onde andará... uma vez me disse que o Forest Gump havia sido inspirado em mim de tanta historinha que eu tinha. Ninguém precisava se preocupar em começar um assunto e o grupo onde eu estivesse ficar sem conversa. Ainda explicava dizendo que eu dava a oportunidade dos outros entrarem, encumpridarem e fussarem na história à vontade. Muitas risadas durante e sempre um pensamento depois enquanto se lembrava e ria sozinho de tudo. Uma delas foi a do velhinho batedor de carteira no trem. Um belo dia estou sentado lendo em plena viagem até a Luz (Estação no centro de São Paulo, não tem nada a ver com o filme Ghost) e numas daquelas paradinhas de leitura que a gente dá sem perceber porque reparei que um velhinho tinha uma bengalinha em uma mão e a outra mão estava dentro da bolsa de uma moça ao seu lado. Fiquei imaginando que era a filha ou a neta e que ele iria pegar um remédio, mas, minha surpresa foi perceber que ele tirou uma carteira e enfiou dentro da calça a ajeitando como se estivesse se coçando. Fiquei assustado e não imaginava o que fazer e de repente o velhinho surrupiador se vira um pouco e esbarra no braço da moça, a sem carteira, e reclama de alguém passando empurrando sem ninguém o ter feito. Passa uns dois passos para o lado e enfia a mão dentro da bolsa de uma outra senhora... olha para o lado e tira uma outra carteira e a coloca no bolso de trás da calça executando o mesmo ritual. O trem estava lotado e as pessoas ficam menos atentas. Ninguém desconfia de um velhinho com um sorriso no rosto e simpático que ainda se desculpa toda vez que "alguém" passa por trás dele e ele é "obrigado" a esbarrar nas pessoas meio apoiado na bengalinha... Quando menos percebo ele desce e eu, num pulo só, desço também. Vou direto e rápido a um guarda da Rede e explico o que vi. O guarda pergunta-me se tenho certeza do que estou dizendo... abordar alguém por engano causa constrangimento e a coisa pode ficar feia... Explico que será difícil o velhinho provar que as duas carteiras são dele, principalmente se o guarda perguntar os nomes das pessoas e o que estiver dentro das carteiras antes de abri-las para confirmar. Ele pede reforço, chega um próximo trem e o velhinho se prepara para entrar e no empurra-empurra pega a carteira de um rapaz e a coloca dentro da calça com tamanha velocidade que até o guarda duvida. Todo mundo sobe no trem e ele fica para trás com uma cara de "esqueci pra onde ia"... O guarda, assustado, diz que agora também havia visto e segue para abordar o velhinho enquanto o outro guarda vem se aproximando na outra direção de frente para o "meliante-geriátrico". Ele tenta um sorriso e o guarda o cumprimenta enquanto param o guarda que eu acompanho o aborda pedindo para que ele nos acompanhe até a chefia da estação. Na sala da chefia o guarda procede como eu disse e o velhinho diz não saber de nada do que estão falando. O chefe da estação está preocupado com a saúde do velhinho e pergunta se ele quer chamar algum parente ao que ele lhe fornece um telefone. Liga-se e o filho atende preocupado e vai explicando que o pai tem problemas psicológicos e que ele sempre rouba carteiras, as leva para casa e liga para as pessoas dizendo que as encontrou e tem vários amigos por isso... um não sabe do outro para não dar na cara... O chefe diz que está aguardando a chegada da polícia e o rapaz pede que aguardem ele chegar. Em algum tempo chega a polícia e começa interrogar o velhinho que explica que "não sabe de nada" sobre carteiras alheias. O filho chega em seguida com laudos médicos e pede para que os policiais o acompanhem junto com o velhinho, chefe, eu e quem mais desejar até o hospital para que seja atestada a cleptomania do velhinho. - Vai todo mundo para a delegacia! Berra o sargento. Instala-se o maior clima de tristeza e chegamos à delegacia com o velhinho aos prantos dizendo que quer ir ao banheiro senão vai escapar. O sargento entra com ele no banheiro e voltam já com as carteira nas mãos. Além das que eu e o guardinha vimos havia mais uma dúzia de outras carteiras dentro das calças frouxas. O delegado entra em contato com um dos médicos e ele pede vinte minutos para chegar à delegacia e atestar pessoalmente tudo. Começa-se a entrar em contato com as pessoas que têm telefone para contato (naquele tempo, por volta de 1980, não havia celulares) e algumas pessoas dizem que virão até a delegacia... levamos mais de seis horas nas dependências da lei com o médico assinando e passando pito no filho que o deixou "escapar" novamente. O filho se prontifica a me levar em casa, mais ou menos perto segundo ele, e quando vou saindo do carro me agradece por não ter agredido o pai como de outras vezes. Fiquei muito preocupado com tudo e até hoje não sei como vieram parar alguns dólares no meu bolso... será que o velhinho quis me agradecer? Como era pouco nem pensei em me meter em confusão novamente... será que isso pega?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Filhotinhos

Mais uma vez a nossa querida Domênica nos brinda com OITO filhotinhos... agora nada e nem ninguém nos impedirá de castrar o Schot. O mais bonitinho foi quando, ontem pela madrugada, acordo com chorinho de filhotinhos. Saí só de cueca mesmo para ver o que acontecia e a Lucy veio toda contente com o filhotinho da Domênica na boca me mostrar que estava ajudando a amiga a cuidar dele... a mãe tendo o segundo e a "tia" cuidando do primeiro. Levei o filhotinho número um para a casinha dos fundos e fechei o portão do meio para que a mamãe pudesse ficar mais sossegada. Foi uma explosão de ciúmes e duas caras, do pai e da tia, de "NÓS QUEREMOS AJUDAR..." E vi esta semana que alguns cientistas belgas conseguiram "provar" que os cães sentem ciúmes e inveja... só quem nunca teve cachorros é que não sabia disto.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Polêmica

Visitei minha mãe neste domingo graças à carona de minha irmã. Já fazia um bom tempo que não a visitava, me justificava a mim mesmo dizendo que aquela não era a minha mãe... minha mãe era a anterior ao Alzheimer e eu, na verdade, não suportava era a reação de não ser reconhecido. No domingo pelas 16 minha irmã chegou comigo à clínica e a enfermeira veio até o portão com D. Odette... as duas de braços dados e ela toda sorridente chegou ao portão interessadíssima nos prédios que estão construindo do outro lado da rua. De repente ela nos viu e disse: - Que legal! Visita pra mim. Ela e o Serginho vieram bater um papinho. Entramos, nos sentamos e ela teve muitos momentos de lucidez. Riu até nos contagiar, como sempre, e nos abraçava e beijava o tempo todo dizendo que nos amava. A polêmica é sobre a decisão de clínica ou contratar profissionais para manter uma pessoa com Alzheimer em casa. Nós tomamos a decisão a favor da clínica após muito esforço em contrário. Contratamos uma excelente funcionária que se dedicava incansavelmente, mas, cansava. Colocamos na primeira clínica e ela ficava como uma criança na "escolinha", minha irmã levava de manhã e ia buscar quando saía do serviço. Mudamos para outra clínica por alguns motivos que nem convém explicar. Nesta outra clínica há acompanhamento psicológico para os internos e para as famílias dos internos e minha irmã se convenceu, e também a mim, que ela necessitava ficar interna já que, assim, teria referência de estabelecimento facilitando seu dia-a-dia. Todos sofremos no início, minha irmã ia todos os dias assim que saia do serviço e mal dormia sozinha em sua casa por não ter a mãe dormindo no quarto ao lado. O tempo ensina e a melhora nas atitudes dela demonstraram que a internação havia surtido o efeito que a psicóloga reportara. Eu, por pura falta de tempo, não participei de nenhuma seção junto à psicóloga, mas, me conformava com a não presença de minha mãe e sim do Alzheimer. Ontem, com o reconhecimento e os lampejos de lucidez, encorajei-me a voltar mais vezes. Acho que minhas visitas se tornarão mais periódicas e eu me sustentarei mais com minha presença do que com minha consciência. Muito fácil tomar partido a favor ou contra, mas, quando se vê o tanto que a atenção contínua de profissionais pode evoluir há que se entender.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Braciolle

Braciolla, para quem não sabe, é o famoso bife enrolado. Uma iguaria da culinária italiana que quando no plural, assim como em São Paulo, vira braciolle. Eu explico: é que aqui a gente tem tanta influência da "italianada" que engole os "s" finais além de outros plurais como por exemplo: 2 real, 2 chopp (quando um é chopps), e um montão de outros plurais "italianados" cacoetando 1 braciolla e 2 braciolle. Como o objetivo aqui não é aula de português... ou seriam aulas de português? Um pessoal super legal daqui do serviço convidou a mim e ao Júlio para um rodizio de pizzas. Fomos para em uma pizzaria muito legal na Lapa (atentem que não é Lapaputaquepariu, Lapa é um bairro de São Paulo que é longe, mas, nem tão assim)... Pizza boa, papo bom tudo ótimo. Tínhamos que retribuir a gentileza de alguma maneira. Resolvi, claro que conversando com o Júlio e este anuindo, fazer uma macarronada com braciollas, já que foi abrasileirado mesmo o plural. Massinha fresca e molho de tomates de verdade. Comecei a prepará-las quase um mês antes e, no dia marcado, chegaram dezesseis pessoas que foram se espalhando pela casa. Braciolla, como aprendi com minha mãe, tem que ser amarrada e não presa com palitos. Como elas são cozidas dentro do molho de tomates frescos, se forem presas só com palito soltam e vira um cozido. Mania de "batalhão", fiz 56 braciollas imaginando que o pressoal comeria muito. 20 kg de tomates, cebolas, alhos, tomilho, azeite e um montão de temperos secretos (hahahahaha) num caldeirão, daqueles de fazer merenda escolar, num fogão de uma boca industrial e 1 hora de fogo alto mais três de fogo médio. Chegou no ponto exato da consistência e o pessoal avançou legal. Tinha gente sentada no chão da sala, na cozinha, nos sofás... até em pé. Na mesa o Lelê e o Campos (saudades) comendo lasagna. Por que a diferença? O Lelê não come carne de porco. Dentro de cada braciolla tinha um pedaço de bacon. O Campos não comia pimentão e, junto ao bacon, um pedaço em cada uma. Só a Maitê deu uma experimentadinha na lasagna todos os outros só na macarronada molhada e braciolla mesmo. Nos fartamos de macarronadas e risadas, principalmente quando um dos nossos amigos, esquecido como ele só, enrosca o fio no aparelho interno perto do céu da boca... até filminho fizeram dele tentando se desenroscar. Pessoal embora, Júlio na pia e eu descaçando... um cozinha e outro limpa. Há um velho versinho bem bocó que diz: Se eu lavo eu não cozinho. Se eu cozinho eu não lavo (fazendo trocadilho com o devido orifício mesmo!) Eu, cá entre meus botões termino o verso: Se eu cozinho todos comem! E se fartam rindo a beça... UI!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Visita periódica...

Visita períodica ao médico... Dr. Humberto, como sempre, sorridente e aparazível. Pressão normal, remédios no finzinho, receita para "uso contínuo" normal (serve até fevereiro), receita para os de uso restrito... tudo legal... boas festas! Farmácia do Posto: remédios OK, preservativos... entreguei a encomenda do yo-yo de crachá da menina da Congregação (um dia eu decoro o nome dela). Assistente social para renovar o cartão de gratuidade. PIMBA! Vence no dia 14 e a perícia foi marcada para o dia 15, como demora algum tempo para chamarem após isto... vai aumentar o meu percurso em aproximadamente uma hora todos os dias até sair o cartão... MUITO BOM... aumentarei o meu tempo de leitura e artesanato em uma hora por dia. Cheguei ao serviço e fui direto almoçar. Bife quase cru no prato rápido. Sentei com a Wilminha e o papo super agradável de sempre. Nem sei direito o que fiz até agora, mas, estou terminando o dia com o Blog. Amanhã tem mais.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tempo

Até que ponto estamos nos preocupando com a coisa certa? Vejo o pessoal da PM trabalhando com os donativos para as vítimas da catástrofe em SC aqui do lado da UNIP e me pergunto o tamanho da importância deste trabalho. Vejo o quanto suam e os sorrisos em seus rostos... penso em quanta satisfação sentirão ao verem os resultados de tanto esforço na TV junto aos seus. Aos "patentes" os elogios e quem sabe até medalhas pelos comandos, mas, a verdadeira satisfação de "dever cumprido" é de quem colocou a mão na massa e não só orientou... Não estou só tirando o mérito... estou reprovando a atitude mesmo! Um verdadeiro líder não fica com a farda imaculada, amassa e sua junto. Aos soldados e cabos solidários, apesar da$ merreca$, nosso aplauso e gratidão. Aos outros tantos que estão presentes, mas, mais procupados com os passantes para poderem empinar os narizes com sorrisinhos... tadinhos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Música...

Música ajuda e muito
Música ajuda e muito MESMO! Só para exemplificar especificamente: --------------------------

Tocando em Frente

Almir Sater

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe Só levo a certeza de que muito pouco eu sei Eu nada sei Conhecer as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maçãs, É preciso amor pra poder pulsar, É preciso paz pra poder sorrir, É preciso a chuva para florir Penso que cumprir a vida seja simplesmente Compreender a marcha e ir tocando em frente Como um velho boiadeiro levando a boiada Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou Estrada eu sou Conhecer as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maçãs, É preciso amor pra poder pulsar, É preciso paz pra poder sorrir, É preciso a chuva para florir Todo mundo ama um dia todo mundo chora, Um dia a gente chega, no outro vai embora Cada um de nós compõe a sua história Cada ser em si carrega o dom de ser capaz E ser feliz Conhecer as manhas e as manhãs O sabor das massas e das maçãs É preciso amor pra poder pulsar, É preciso paz pra poder sorrir, É preciso a chuva para florir Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso porque já chorei demais Cada um de nós compõe a sua história, Cada ser em si carrega o dom de ser capaz E ser feliz ----------------------------------------- A primeira vez que ouvi esta música eu estava sentado no terraço da casa de minha mãe decidindo que aos 45 anos, não encontrando o meu par harmonioso eu adotaria uma criança. Foi no ano em que eu completei 41 anos e como "Cada um de nós compões a sua história", no ano seguinte, no dia 10 de maio, pelo meio dia e meia, conheci o Júlio... meu companheiro há quatro anos seis meses e vinte e dois dias em união harmoniosa. Esta música é uma das verdades em minha vida....

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Final de semana

Final de semana é para descançar. Fiz uma nova amizade muito legal na net, um garoto de 16 anos que me fez relembrar os tempos de professor. O que ele me fez de perguntas e, por sorte, eu pude elucidá-las todas. Sempre fui apaixonado pelos alunos interessados e que sabem perguntar aquilo que desejam saber. Adoramos tanto que pretendemos cultivar nossa amizade com carinho e atenção. Muitas vezes falta em nossas jornadas uma amizade furtiva para nos dar um pouco mais de "tempero" e temperança. Reviver outras épocas é sempre bom e nos faz sentir mais vivos ainda. Nosso amigo Cláudio carioca passou o sábado e o domingo com a gente e o cara é fantástico. Comedido, simples, inteligente e sincero. Está passando por uma fase meio dura, mas, com o apoio dos amigos ele vence... com os amigos apoiando todo mundo vence. Recebemos a visita da família Olegário. Benê, Sílvia e Tairan. Como sempre um tempo fantasticamente ganho em nossas vidas. Bene cantou para agradecer lembranças do Campos, Sílvia contou que precisa trocar de óculos, mas, o foco principal foi o Tairan fechando a primeira fase da FUVEST com 77 das 90 questões. Agora vem a segunda fase... avante! Ele está estudando taquigrafia pelo método Oscar Leite Alves e está se dedicando meia hora todos os dias. Como é bom conhecer pessoas dedicadas.